Reportagem de Vôlei


William quer criar nova dinastia, agora no Sesi, e diz: "estava estagnado no Cruzeiro"
Campeão olímpico em 2016, levantador exalta mudança antes de final da Superliga masculina, que começa neste sábado em São Paulo

Por Paulo Roberto Conde, São Paulo
27/04/2018 09h52 Atualizado 27/04/2018 09h52
Quando saiu do Cruzeiro em maio do ano passado, o levantador William Arjona, 38, deixou uma máquina de ganhar títulos nacionais e internacionais. Como capitão do time mineiro, em sete anos conquistou três Campeonatos Sul-Americanos, cinco Superligas, sete Campeonatos Mineiros e três Campeonatos Mundiais de clubes.
Pesaram na decisão a distância da família, uma quantia razoável de dinheiro e, principalmente, o desafio de estabelecer outra dinastia em uma nova casa. A equipe escolhida para atuar foi o Sesi-SP, e a possibilidade de dar-lhe uma fase de soberania chegou a galope.


William tenta bloqueio em treino pelo Sesi-SP (Foto: Renan Rodrigues/CBV)
A partir das 15h deste sábado (com transmissão do SporTV 2), no ginásio do Ibirapuera, na capital paulista, William tenta dar o passo inicial em direção ao primeiro grande título com o Sesi. Será a primeira partida da final da Superliga 2017/2018 -a segunda ocorrerá no domingo (6). O rival na disputa pela taça será o mesmo Cruzeiro que ajudou a lapidar.
- Eu aceitei um desafio quando saí de Minas, o de tentar construir uma hegemonia igual à do Cruzeiro. Houve muitos questionamentos como "você vai deixar uma equipe multicampeã?", mas a ideia era não se acomodar - disse o jogador, campeão olímpico nos Jogos do Rio-2016.
William afirmou ter aversão à sensação de conforto. Foi assim quando era ídolo do Bolívar, da Argentina, que deixou oito anos atrás para se juntar ao Cruzeiro. E foi assim ao deixar a equipe mineira e se encaminhar para o Sesi.
O levantador exaltou a importância da passagem por Belo Horizonte em sua carreira, porém confessou que o longo período no clube celeste já o saturava. Entre outras coisas, sentia-se "estagnado em nível de treinamento" e queria novos ares. Ao aportar em São Paulo, onde nasceu e onde já morava sua família, reconquistou a motivação que andava em falta.
- Eu evoluí neste último ano. Aprendi mais coisas, com novas pessoas. A mudança é sempre benéfica. Eu tive anos maravilhosos no Cruzeiro, mas sempre achei que a troca era importante é foi assim ao longo da minha carreira. Nunca tive receio de deixar uma coisa firme e sólida e procurar outro desafio - comentou.
Antes de pensar em dinastia, porém, William e o Sesi precisam quebrar a sequência de títulos nacionais do Cruzeiro, que enfileirou quatro taças seguidas de Superliga nos últimos anos. O levantador chama o oponente de "megaequipe", mas conhece bem a fórmula que a levou a atingir tal status.
- Eu mudei de cor e quero fazer isso acontecer [o título da Superliga]. Quero que o Sesi se torne um time vencedor, para eu poder jogar um Mundial de clubes com ele. Nessa reta final, o nosso time encorpou, e gosto quando ficamos com característica de osso duro de roer - brincou.
Os dois finalistas já disputaram três finais de Superliga, com duas vitórias dos mineiros e uma dos paulistas. William estava em todas elas, mas do lado que hoje desafia. Sua meta é empatar o retrospecto. E depois virar. E, daí em diante, não parar mais.
Laís Gomes D’amico 7° A N° 06
Cristiano Collucci
Globo Esporte

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