Brasil contraria histórico e fracassa em público e interesse nos EUA:

Canarinho Pistola atende torcedores nos arredores do Metlife StadiumNo passado recente, a seleção brasileira mobilizou multidões ao disputar amistosos nos EUA. Neste início de ciclo, a realidade é diferente. Os públicos de 32.489 na vitória sobre os anfitriões no Metlife Stadium, em Nova Jersey, e 28.511 na goleada sobre El Salvador, no Fedex Field, em Washington, aliados à pouca mobilização de torcedores nas ruas nas duas cidades apontam para uma queda de popularidade do futebol brasileiro em território norte-americano. Além dos estádios longe de sua capacidade máxima, foram pequenos os grupos de torcedores que procuraram jogadores nos dois hotéis em que a seleção ficou hospedada. Fechados para o público comum, os treinamentos não tiveram plateia. Uma possível ressaca da Copa do Mundo não explica o fenômeno. Em 2010, o Brasil iniciou a caminhada para 2014 na mesma New Jersey, contra os mesmos EUA: 77 mil pessoas encheram o New Meadowlands, palco do confronto. Em 2014, a parartida diante da Colômbia no Sunlife Stadium, em Miami, levou 73 mil pessoas ao estádio. No último ciclo, o Brasil ainda lotou o Gillette Stadium, em Foxborough, com 69 mil pessoas em goleada sobre os EUA por 4 a 1 em 2015. A exceção foi o confronto contra o Equador em Nova Jersey, também em 2014, que teve público de apenas 36 mil pagantes – ainda assim, superior ao número de pessoas presentes na última sexta no Metlife Stadium.
   A seleção dos EUA vive um período de baixa, depois de ficar de fora do Mundial da Rússia, mas isso não tem refletido no interesse por futebol em geral. Os públicos e audiência da Major League Soccer seguem crescendo, ainda que o fiasco possa ter reduzido o ritmo desse crescimento. A média de público atual da competição é de 21,4 mil pagantes por jogo, superior aos 18,2 mil do Brasileirão. "Não diminuiu o interesse por futebol, na verdade cresceu o público Talvez não tenha aumentado como poderia ter ocorrido se os EUA tivessem disputado a Copa, mas o número segue aumentando, a nossa audiência praticamente dobrou", diz Diogo Kotscho, vice-presidente de comunicação do Orlando City. "Alguns jogos internacionais, com times como Barcelona, Real Madrid encheram estádio com 115 mil pessoas aqui nos EUA. A maioria dos outros times, de segunda linha ou mesmo de primeira linha mas não tão famosos não foram um grande sucesso", completa o jornalista, que acredita que a queda de interesse pela seleção pode estar mais relacionada à divulgação ou aos preços dos ingressos. Durante os dez dias que o UOL Esporte passou nos EUA, publicidade das partidas, tanto nas ruas como na televisão, foram inexistentes. Menções às partidas apenas nas redes sociais das confederações e dos estádios.
Resultado de imagem para brasilA reportagem conversou com fãs de futebol, incluindo imigrantes mexicanos, colombianos e um ganês, que sequer tinham conhecimento que a seleção estava no país. No Metlife Stadium, em Nova Jersey, até o estafe do estádio ficou decepcionado. Dois funcionários contaram a reportagem que, em amistosos internacionais, quando a venda de ingressos não decola, é aberto um canal especial com preços reduzidos para os funcionários, seus amigos e familiares. Em Brasil EUA, por razões desconhecidas, isso não aconteceu, e a partida aconteceu com menos a metade da arena ocupada. Em Washington, a situação foi ainda pior. Boa parte dos cerca de 28 mil torcedores no Fedex Field era de salvadorenhos, que fizeram bastante barulho. Bem humorados e sem absolutamente nenhuma chance de vitória, gritaram olé em meio à derrota, deram risada de uma cobrança de lateral esdrúxula de um de seus jogadores e reclamaram muito do pênalti que inaugurou a goleada, duvidoso e marcado em cima de Richarlison com dois minutos de partida. Nas duas cidades, houve pequenos grupos de torcedores – dez a 15 – frustrados, que queriam mais contato com a seleção. À imprensa, pediam alguma forma de acessar os treinos, que não foram abertos ao público comum. Dentro de campo, tudo correu como esperado, com uma vitória tranquila contra os EUA, e uma goleada sobre El Salvador. Se foi um sucesso dentro de campo, fora dele, com torcedores, pela primeira vez a passagem da seleção brasileira por solo norte-americano terminou em fracasso.

Nome: Ana Carolina da Silva Antonio.
Data: 12/09/18
Número:01
Fonte: Uol.com.br

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