Duplo recomeço: Seleção e Neymar 

encaram os EUA em busca de uma nova 

história

Enquanto o Brasil quer deixar a eliminação para a Bélgica no passado de olho na renovação, camisa 10 volta a ser capitão e tenta melhorar sua imagem após a Copa no estádio onde tudo começou

Por Edgard Maciel de Sá e Eric Faria, Nova Jersey, Estados Unidos
 
Recomeço. Essa é a palavra que marca o amistoso entre Estados Unidos e Brasil nesta sexta-feira, às 21h05 (de Brasília), em Nova Jersey, no primeiro compromisso após a Copa do Mundo da Rússia. Recomeço para a Seleção, que viu os bons resultados da Era Tite serem questionados após a eliminação para a Bélgica e agora inicia a busca pela renovação da equipe. Recomeço também para Neymar, que não chegou 100% ao Mundial e saiu da competição com a imagem desgastada.

Tite na Seleção

  • 26 jogos
  • 20 vitórias
  • 4 empates
  • 2 derrotas
  • 55 gols pró
  • 8 gols contra
  • 85,7% de aproveitamento
- A dor da derrota contra a Bélgica ainda é forte, não adianta esconder. Todos me falaram que ficaram semanas sem sair ou querer conversar. Eu mesmo já acordei de noite algumas vezes achando que tínhamos empatado. Não dá para apagar a Copa, até porque ela teve coisas boas. Mas queremos jogar demais amanhã (sexta) - frisou Tite.
Ao longo da semana, o treinador confirmou a escalação com Marquinhos de volta à zaga, Fabinho na lateral direita, Fred no meio-campo e Douglas Costa no ataque. Firmino será o homem de referência e o esquema segue o mesmo: 4-1-4-1.
- O jeito que sei trabalhar é com uma equipe equilibrada, mas que premie posse de bola e agrida o adversário para criar oportunidades. Foi assim que construí minha carreira. Não vou pedir para o meu time dar a bola ao adversário mesmo que tenha a chance de derrota.
Camisa 10 será o capitão fixo daqui para frente
Para Neymar, o recomeço será coincidentemente onde tudo começou e agora com uma responsabilidade a mais: a faixa de capitão. A partida desta sexta-feira será no mesmo estádio e contra o mesmo rival da partida de estreia do camisa 10 pela Seleção. Naquele dia 10 de agosto de 2010, o atacante marcou ainda o primeiro de seus 57 gols pelo Brasil.
Neymar sorri ao lado de Tite: prestígio do novo capitão segue intacto com o treinador, mas é preciso reconquistar os torcedores (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)Neymar sorri ao lado de Tite: prestígio do novo capitão segue intacto com o treinador, mas é preciso reconquistar os torcedores (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Neymar sorri ao lado de Tite: prestígio do novo capitão segue intacto com o treinador, mas é preciso reconquistar os torcedores (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Neymar já era tratado como o melhor jogador do Brasil na vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos. Oito anos depois, nada mudou. Mas, de certa forma, o atacante andou para trás. A expectativa era de que 2018 poderia ser o ano da consagração, só que a Copa foi marcada por atuações abaixo do esperado e manchetes negativas.
Após a fratura no tornozelo direito e o esforço para disputar o Mundial, o camisa 10 deixou a competição contestado por seu comportamento dentro de campo e pelo silêncio fora dele. Virou meme pela fama de ''cai-cai'' e foi assunto novamente quando decidiu responder as críticas através do comercial de um patrocinador. O Neymar que sonhava com o hexa deixou a Rússia com a imagem arranhada.
- Foi um momento ruim na minha carreira. Se machucar é horrível e fiz um esforço muito grande para estar na Copa. Me dediquei para estar na Seleção, defendendo meu país e fui ao meu máximo na competição. Peço desculpas a quem ficou chateado com a gente. Perder é muito ruim. Tínhamos esse gostinho de que dava, mas não foi dessa vez.
''Claro que eu queria estar melhor, queria estar 100% como estou hoje, mas saio de cabeça erguida (...) Vou reconquistar os torcedores jogando futebol e claro que a responsabilidade é maior agora por causa da braçadeira de capitão'', disse Neymar.
Os três ciclos de Neymar na Seleção se iniciaram nos Estados Unidos. Em 2010, era o começo de sua história com a camisa do Brasil. Em 2014, o retorno ao time após a lesão que lhe tirou da Copa do Mundo. Agora em 2018, o recomeço de uma caminhada para recuperar a confiança daqueles que tanto lhe criticaram na Rússia.
- É diferente de 2010, de 2014. Estou mais velho, mais experiente. É uma sensação diferente e temos que nos preparar para passar nossa mentalidade aos mais novos. Cada vez mais nos unindo, nos fechando em campo, buscando vencer sempre e o melhor para a Seleção. Temos que nos acostumar a sermos sempre melhores do que ontem.

Izabel de Melo Ferreira
Fonte: Globoesporte
Data: 11/09/2018
Educação Física

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